Mahikari Revelada

Sobre os Autores: Steve e Yumi


Esperamos que as informações que nós listamos neste site possam nortear pessoas a questionarem qualquer compromisso que tenham com a Mahikari e seguirem suas próprias verdades.

Fui um membro da Mahikari (kumite) por 14 anos e Yumi por 22 anos, contando de 1974 até 1996. Durante esse período, muitas aflições e dúvidas surgiram, mas nós as suprimimos por aquilo que nós acreditávamos na época que seriam os mais nobres dos princípios para nos dar a resposta: o cultivo de alimentos em fazendas que utilizam agricultura natural, o desejo de criar um mundo melhor no futuro, questões como amor e harmonia, vida saudável, etc. Nós também fomos sobrecarregados ao despender um grande investimento de tempo e dinheiro, além da influência da seita em nossas vidas por muitos anos. Yumi e eu nos conhecemos na própria seita e nos casamos na sede da Sukyo Mahikari de Tóquio no início de 1987.

Eu comecei a me afastar da Mahikari no início dos anos noventa. Isto demonstra que no início dos anos oitenta foi o auge do entusiasmo na Mahikari, em um grupo de membros saudáveis entre diversos tipos de pessoas.

De maneira sutil, a mão de ferro e o estilo de administração totalitário continuaram até o início dos anos noventa. Os membros começaram a ficar desmotivados e se afastaram, boas pessoas eu respeito. Comecei a me sentir um tanto quanto sozinho assim que as pessoas que entraram próximo à época que eu entrei, saíram da Mahikari ou se afastaram.

Estava também começando a ficar desiludido com a natureza anti-humanitária da Mahikari. A pressão para aumentar o número de adeptos com encaminhamentos se tornara o principal objetivo, o que deixava claro que a Mahikari só sobrevivia por causa da novas pessoas que entravam. As desistências chegavam a quase 100% com o passar de alguns anos. Geralmente as pessoas começavam a se sentir queimadas, sugadas e pior do que isso, logo que entravam. Certa vez, uma pessoa disse: Mahikari é como um vampiro espiritual; ela se aproveita da boa vontade dos iniciantes e os descarta logo que começam a sofrer.

Entretanto, eu me mantive ligado à Mahikari mais pelo hábito do que pelo compromisso espiritual.

Ficou fácil perceber as contradições e inconsistências dentro da seita com relação às perspectivas das pessoas, principalmente de um ponto de vista interior. O entusiasmo dos anos oitenta tornou-se uma depressão nos anos noventa. Então meu estado de privação proveniente da minha mente doutrinada pela Mahikari foi aos poucos se tornando menos dolorosa, se comparada com a dor que tinham sentido muitas outras pessoas com as quais eu tinha tido contato.

Entretanto, tinha que lidar com o crescente embaraço relativo ao compromisso com uma organização que não ajuda as pessoas realmente. A Mahikari não fez nada dentro da comunidade Australiana para justificar ser uma organização que se diz ser sem fins lucrativos.

Crescentes preocupações tornaram-se predominantes. Comecei a questionar se eu era uma pessoa responsável. Estava constituindo minha família dentro de uma organização que tinha muitos princípios duplos, sentia vergonha. Organização esta que teve um líder que reciclara velhos ensinamentos e que constantemente dizia aos seguidores que não tinham feito o suficiente. Vi em primeira mão o stress e o conflito entre muitas pessoas ao longo dos anos, debatendo-se contra a natureza de falta de amor da Mahikari, a pressão para manter um compromisso financeiro e a destruição de famílias e casamentos. Não queria que minha família tivesse o mesmo destino que muitos outros e entendi então que a Mahikari era prejudicial para a vida de uma família.

Nós tivemos a experiência em primeira mão a corrupção moral de um líder da seita com quem nós tínhamos investimentos e negócios. Ele não fez nada para cumprir com sua palavra ou responsabilidade para honrar débitos conosco. O pior problema para nós era o jeito com que ele era protegido por outros líderes da Mahikari; isto se tornou a motivação para procurarmos a verdade fora da organização. Ele usou a boa vontade dos membros de expandir os princípios da Mahikari, para investir dinheiro em um negócio ”correto“. O empreendimento faliu e muitos membros da Mahikari perderam seu dinheiro. Nós perguntávamos a si mesmos: Se um líder era corrupto e era protegido por outros líderes, até que ponto chegaria a corrupção?

Em março de 1996, conversei com dois ex-membros que conhecia, os quais falaram sobre um livro chamado All The Emperors Men (Todos os Homens do Imperador) escrito por um outro ex-líder, (ex Dojo-Sho) Garry A Greenwood. Vários meses depois eu comprei um exemplar com um pacote de estudo e li em poucas horas revivendo cada passagem que era compartilhada pelo autor. Quando Yumi leu o livro, todas os medos e preocupações caíram por terra.

Era chegada a hora de sair da Mahikari. Tínhamos que encontrar respostas para o monte de perguntas que tinham estado suprimidas por um longo período de tempo. Precisávamos entender porque a Mahikari tinha nos cativado por tanto tempo. Será que tínhamos sofrido uma lavagem cerebral? Intimidados? Ou simplesmente desorientados?

Para encontrar as respostas, viajamos grandes distâncias entre a Austrália e o Japão para conversar com pessoas, visitar bibliotecas, pesquisar sobre a literatura da Mahikari e fazer contatos com o mundo inteiro via Internet.

Durante nossas investigações, questionamos a origem da ‘Luz de Deus’ e de onde isso vinha. Nós fomos doutrinados a acreditar que a Mahikari era única, mas está bem longe de ser única. Não passa de uma cópia de outras seitas similares, mas com um certo “jeito militar” e a missão de rescrever a história de tudo. O uso do medo, intimidação e controle são camuflados por uma fachada sorridente e inofensiva.

Estudamos os ensinamentos de Okada, o fundador da Mahikari, bem como os ensinamentos da líder atual em inglês e japonês. Começou a se tornar óbvio que tinha sido originada em um emaranhado de mitos, magia e pseudo ciência da nova era. Revisitei locais que tinha visitado no Japão como o “Túmulo de Jesus”, bem como o Templo de Ise onde nos foi dito que o Deus Cristão Jeovah se encontra enterrado, visitei até o Jardim do Éden “original”. O que nos foi dito e as experiências que vivêramos previamente, as quais constituíram o alicerce da nossa fé na Mahikari, eram extremamente bizarros. Virou piada.

Não há dúvidas de que a organização foi baseada em enganos, intrigas políticas e meias verdades. Nós sentimos a responsabilidade de compartilhar os resultados de nossa pesquisa e tentar criar uma crítica para futuras gerações também.

Refletindo, creio que tomamos a decisão certa em sair da Mahikari quando fizemos isso em consideração à nossa família. Descobrir novamente o sentimento de liberdade sem a pressão mental da Mahikari e seguir nosso conhecimento, os quais podem ser enriquecidos com outras fontes confiáveis, fez restabelecer uma base sólida para nós para olharmos objetivamente para a vida. Hoje em dia quando vemos os ensinamentos de Yoshikazu Okada e da senhora Okada, nós sentimos muita pena das pessoas que ainda estão sendo enganadas pela atrativa fantasia da Mahikari.

Nossa primeira preocupação é com às crianças que são criadas na Mahikari. Para uma criança que se torna um membro aos dez anos de idade e começa a ser submetida a influências ocultas geradas pelo grupo, deveria ser de uma grande preocupação para a maior parte da comunidade. Estas crianças não têm a vantagem de um adulto para estar hábil a testar o que está sendo ensinado.

A natural confiança e a fácil aceitação de uma criança é uma qualidade que deve ser protegida. Elas são nosso futuro, a continuidade e a esperança da humanidade. No que diz respeito aos Direitos Humanos, este é um assunto extremamente sério.

Para a Mahikari, o uso desta qualidade especial de uma criança, para construir sua base em uma ideologia que tem tantos defeitos em tantas áreas e que podem ser provados, devem ser vistas por ângulos diferentes.

A outra preocupação que temos é a qualidade da saúde mental de seus membros. Profissionais de saúde acreditam que ao menos 25% das pessoas tenham problemas de saúde mental em alguns estágios de suas vidas. Como podemos ter certeza de que grupos como Mahikari não estão influenciando estas estatísticas se é dito que espíritos possessores, que têm rancor da pessoa em questão, causam 80% dos problemas físicos e mentais?

A alegação da Mahikari é “salvar” estes espíritos possessores, e então, os problemas desaparecerão.

A seita não pode sustentar esta afirmação e acaba usando estórias contadas por membros que estão sob influência do Paradigma da Mahikari para propagar e estimular seu elitismo espiritual. Por outro lado, experiências de crianças e pessoas que tenham saído da Mahikari e tenham se submetido a consultas com profissionais da área de saúde mental, podem ser consideradas. Esperamos que em tempo, mais pessoas encontrem forças para sair, por acaso escrevam sobre suas experiências neste site para que outros possam aprender e recordar das suas experiências na Mahikari.

Para sociólogos ou estudantes que fazem pesquisas sobre a Mahikari de tempos em tempos, por favor, enriqueça sua pesquisa e atentem para as primeiras evidências daqueles que tiveram suas experiências em primeira mão.

 
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Last updated 26 October 2005